País da África deve votar projeto de lei rigoroso contra os homossexuais.Se aprovado, vai promover prisão perpétua e até pena de morte aos gays.
Caso ela passe no parlamento, qualquer pessoa que se declarar gay será condenada à prisão perpétua. Quem tentar persuadir uma criança a ser homossexual será punido com a morte. Os termos do projeto, além de polêmicos, são bastante vagos e subjetivos. Já há uma legislação anti-gay em vigor em Uganda, de 1949, quando o país ainda era colônia inglesa. Ela, no entanto, é mais branda e só prevê prisão com um flagrante do ato sexual.
Mesmo assim, na prática os homossexuais já vivem praticamente na ilegalidade. Frank Mugisha, 26 anos, cercou-se de todos os cuidados antes de dar entrevista ao G1. Não respondeu e-mails e só concordou em falar ao saber que se tratava de um veículo estrangeiro. Mesmo assim, decidiu o local apenas 15 minutos antes da hora marcada. Um hotel no centro de Kampala, onde Frank já estava sentado havia meia hora observando o movimento."Preciso ter cuidado do que falo, para quem falo, mesmo que seja por telefone ou por e-mail. Tenho que estar atento, olhar para as minhas costas mais do que qualquer um. Acordo todos os dias sem saber o que realmente pode acontecer comigo. Há lugares que eu evito, porque sei que são muito perigosos para ir. Nunca fui atacado fisicamente, mas já escapei de situações perigosas. É muito arriscada a vida de um homossexual em Uganda. Você não pode andar tranqüilo na rua, fazer compras… Fico trocando de casa o tempo inteiro. Onde estou agora é seguro, as pessoas passam o dia inteiro fora, trabalhando, e não têm tempo de se preocupar com a vida dos outros. Mas se perceberem que sou gay, terei que me mudar de novo para minha própria proteção", explica.
Frank é um dos líderes do movimento gay em Uganda. Assim como Warry, diz que não consegue emprego por preconceito, embora ambos sejam formados.Apesar da aprovação popular, ele apoia-se na pressão internacional para manter sua esperança de que o projeto não vire lei. O presidente dos EUA, Barack Obama, classificou o texto como "inaceitável e odioso" e países como Suécia e Inglaterra estudam sanções a Uganda caso o projeto vire lei.
"Muitas pessoas em Uganda acham que a homossexualidade é uma doença, que ela pode ser mudada ou curada. Alegam também que é uma coisa que vem de fora, de países europeus, como se alguém nascido em Uganda simplesmente não pudesse ser gay. Sexo, mesmo o heterossexual, ainda é um tabu na África. E aqui as pessoas só olham para o homossexualismo como uma questão sexual, como se fosse apenas isso. Dizem que alguém vira homossexual porque quer ganhar dinheiro fácil ou porque andou com más companhias. Mas eu sou um exemplo de que as coisas não são assim. Fui criado numa boa família, estudei em bons colégios e sou gay. Porque orientação sexual não tem nada a ver com essas besteiras que falam, você simplesmente é assim", argumenta Frank.
Em breve Uganda pode se tornar o quinto país africano com pena de morte para gays, como acontece no Sudão, na Mauritânia e em algumas regiões da Nigéria e da Somália. A perspectiva preocupa muito, mas não é suficiente para afastar Frank e Warry do país. Mudar-se para o exterior é a última opção para eles, já tão acostumados com a clandestinidade.
Caso ela passe no parlamento, qualquer pessoa que se declarar gay será condenada à prisão perpétua. Quem tentar persuadir uma criança a ser homossexual será punido com a morte. Os termos do projeto, além de polêmicos, são bastante vagos e subjetivos. Já há uma legislação anti-gay em vigor em Uganda, de 1949, quando o país ainda era colônia inglesa. Ela, no entanto, é mais branda e só prevê prisão com um flagrante do ato sexual.
Mesmo assim, na prática os homossexuais já vivem praticamente na ilegalidade. Frank Mugisha, 26 anos, cercou-se de todos os cuidados antes de dar entrevista ao G1. Não respondeu e-mails e só concordou em falar ao saber que se tratava de um veículo estrangeiro. Mesmo assim, decidiu o local apenas 15 minutos antes da hora marcada. Um hotel no centro de Kampala, onde Frank já estava sentado havia meia hora observando o movimento."Preciso ter cuidado do que falo, para quem falo, mesmo que seja por telefone ou por e-mail. Tenho que estar atento, olhar para as minhas costas mais do que qualquer um. Acordo todos os dias sem saber o que realmente pode acontecer comigo. Há lugares que eu evito, porque sei que são muito perigosos para ir. Nunca fui atacado fisicamente, mas já escapei de situações perigosas. É muito arriscada a vida de um homossexual em Uganda. Você não pode andar tranqüilo na rua, fazer compras… Fico trocando de casa o tempo inteiro. Onde estou agora é seguro, as pessoas passam o dia inteiro fora, trabalhando, e não têm tempo de se preocupar com a vida dos outros. Mas se perceberem que sou gay, terei que me mudar de novo para minha própria proteção", explica.
Frank é um dos líderes do movimento gay em Uganda. Assim como Warry, diz que não consegue emprego por preconceito, embora ambos sejam formados.Apesar da aprovação popular, ele apoia-se na pressão internacional para manter sua esperança de que o projeto não vire lei. O presidente dos EUA, Barack Obama, classificou o texto como "inaceitável e odioso" e países como Suécia e Inglaterra estudam sanções a Uganda caso o projeto vire lei.
"Muitas pessoas em Uganda acham que a homossexualidade é uma doença, que ela pode ser mudada ou curada. Alegam também que é uma coisa que vem de fora, de países europeus, como se alguém nascido em Uganda simplesmente não pudesse ser gay. Sexo, mesmo o heterossexual, ainda é um tabu na África. E aqui as pessoas só olham para o homossexualismo como uma questão sexual, como se fosse apenas isso. Dizem que alguém vira homossexual porque quer ganhar dinheiro fácil ou porque andou com más companhias. Mas eu sou um exemplo de que as coisas não são assim. Fui criado numa boa família, estudei em bons colégios e sou gay. Porque orientação sexual não tem nada a ver com essas besteiras que falam, você simplesmente é assim", argumenta Frank.
Em breve Uganda pode se tornar o quinto país africano com pena de morte para gays, como acontece no Sudão, na Mauritânia e em algumas regiões da Nigéria e da Somália. A perspectiva preocupa muito, mas não é suficiente para afastar Frank e Warry do país. Mudar-se para o exterior é a última opção para eles, já tão acostumados com a clandestinidade.
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